terça-feira, 22 de julho de 2014

Às compras..!!


Ir às compras na Índia foi, de longe, o ponto alto da viagem.

Cheguei ao meu principal fornecedor de tecidos no centro velho de Nova Déli e fui recepcionado com um sorriso de orelha a orelha pelo braço direito da loja da família Singh.
 

Mukunda é um típico gerente de loja têxtil cujos donos são da casta Vaishna, do centro velho da capital. Conhece como ninguém os produtos da loja, seu custo, preço de varejo, atacado (os produtos não são etiquetados) e descontos concedidos a cada cliente. Disse que era a décima vez que eu voltava na loja e me recordou que fazia um ano desde minha última pisada em solo indiano. Computadores? Para quê?

Varun, seus irmãos e primos, todos de sobrenome Singh, vieram me cumprimentar enquanto Mukunda correu para montar pilhas de capas de almofada para servir de assento e simultaneamente, ordenou a um dos funcionários para buscar uma rodada de chai.
 

Tenho muita afinidade com todos. Somos da mesma faixa etária, gostamos de esportes e somos comerciantes! Depois dos cumprimentos, perguntas sobre família e negócios, chegou o tão esperado chai para abrir a próxima etapa do encontro.

Expliquei os problemas com meu último pedido, apontei os acertos e parti para as compras!

Orquestrados pelo Mukunda, os funcionários começaram a abrir e estender as colchas, mostrando as estampas, desenhos e bordados. A cada pano aberto, Varun enfatizava: “This is top seller!”.
 

Neste ritual, foram abertas mais de trezentas peças de tecidos, entre elas: capas de almofadas em patchwork, colchas bordadas à mão, panos vintage envelhecidos, bandos com motivos Mughal e passadeiras étnicas. A quantidade e mistura de cores enfeitiçavam o ambiente, mas até este ponto, eu só havia visto variações do que já tinha comprado na última vez. Varun e Mukunda sabiam deste equilíbrio e adiaram ao máximo a apresentação das melhores peças, o “filé”.

A negociação dos valores, quantidades e variações de cores, a cada peça, elevaram as tensões e o Varun estrategicamente sugeriu uma pausa para o almoço, curiosamente servido no chão do mesmo local. Os funcionários traziam embalagens de alumínio com as porções de thali, prato local vegetariano com muuuuuuito chili.
 

Segundo round!

O valor da minha compra já estava um pouco acima do meu budget quando o frenesi caleidoscópico passou a ser composto de novidades e dos verdadeiros best-sellers. Não tinha como deixar de aumentar minha encomenda.

Estava consciente desta estratégia indiana. Apesar de ter gasto mais do que o planejado, tinha certeza de que estava comprando produtos de ótima qualidade, de beleza étnica, preços honestos e de pessoas que respeitavam os trabalhadores.

No Brasil, seria venda certa!

 

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Old Delhi


O choque cultural ocorreu já nas primeiras horas após minha aterrisagem na capital. As semanas seguintes foram recheadas de surpresas positivas, aprendizagem e encontros com pessoas magníficas.
No segundo dia decidi enfrentar “Old Delhi”, o centro velho de Nova Déli.
Minha primeira dificuldade foi achar uma motor-rickshaw (um táxi-moto de três rodas) que me levasse ao meu destino. O volume de carros, motos e pessoas era tão grande que o trajeto de 5 km podia levar até uma hora. Os que topavam a corrida inflacionavam o preço devido os meus traços de gringo. Enfim, ₹ 150,00 (rúpias), aproximadamente US$3,00, foi o valor barganhado.
O trânsito era um capítulo a parte. A sinfonia de buzinadas (os motoristas grafitam atrás dos veículos “Por favor, buzine”), a direção do lado contrário e as contramãos são muito bem entendidas pelos indianos. Tanto é que nunca vi uma discussão nem um acidente de trânsito nas diversas vezes em que estive neste país. Já para um estrangeiro, entropia pura! 
 

 
Nai Sarak com Chandni Chowk. Esta esquina é uma das diversas portas de entrada para Old Delhi. Desci do veículo e negociei com uma bike-rickshaw (táxi-bicicleta de três rodas) para me conduzir centro adentro!
O motorista era um sujeito magrinho que pedalava e gritava, abrindo sua passagem pelas vielas estreitas e entupidas de gente.  Testemunhei mulheres aglomerando em uma loja de sáris, escolhendo as peças das pilhas de tecidos cintilantes em promoção enquanto os lojistas vizinhos chamavam-nas para dentro de suas lojas, anunciando as barganhas do dia. É “briga” por freguês! Afinal eram inúmeras lojas pequenas vendendo o mesmo produto.
Mais adiante passei por lojas que vendiam colares para deidades indianas. Achei incrível haver mercado para tantas lojas. Depois me lembrei que há mais de 32.000.000 de deuses no hinduísmo!!
 
Chegando ao final deste percurso de 15 minutos tive a impressão de ter entrado por uma porta e me deparado com uma cidade que parou no tempo, sem ser alterada por nenhuma cultura moderna. As cores confundiram minha cabeça, o barulho tirou meu foco. Sabia que tinha que fazer esse percurso algumas vezes para absorver esse caleidoscópio de produtos.
Desci no Forte Vermelho (Red Fort).
Hora de tomar um chai!

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Bem-vindo à Nova Déli..!!


Foram 15 horas de viagem até Doha (capital do Qatar), mais 4 horas de espera para fazer a conexão e, para completar, mais 6 horas de voo até Nova Déli.

Enfim, Índia!!

Saí do aeroporto Indira Gandhi com o sol escaldante na minha cabeça e com o corpo todo moído. Parecia que eu tinha varado a noite na balada!

O taxi que peguei até o bairro do Pahar Ganj tocava uma música de uma cantora indiana de voz aguda, cujo ritmo sincronizava com as luzes piscantes de uma estátua do deus Ganesha que dançava em cima do console à medida que o carro balançava.

Quando desci do taxi, senti o meu segundo baque. Era um mundo de pessoas disputando passagem pelas ruas apertadas do centro. Agora o sol estava mais quente. O pó das ruas mal asfaltadas e o cheiro forte de vaca me asfixiavam. A quantidade de moscas foi algo que me impressionou. Também, o volume de lixo espalhado pelas ruas e o estrume de animais por toda a parte era terreno propício para insetos.
 
 
 
 

Não lembrava direito do hotel em que eu tinha ficado da última vez. Afinal fazia 3 anos desde minha última caída para lá. Desci do táxi, peguei minhas malas e fui cortando pelo rio de gente e tentando me livrar das dezenas de pessoas que tentavam me vender uma passagem para Agra, um hotel barato, uma escultura tosca de alguma deidade e outras coisas que eu não entendia. Minhas malas de viagem e minhas roupas ocidentais (jeans, camiseta e tênis) me entregavam como potencial consumidor de produtos e serviços. Turista recém chegado é presa fácil para esses vendedores.

Finalmente o hotel. Cheiro de creolina forte indicava limpeza. Fechei as portas do meu quarto e deixei para trás a entropia viva de uma cidade que luta por espaço e trabalho.

UFA!!

Banho tomado e recomposto, decidi partir para a guerra. Tinha que segurar meu sono ao máximo para entrar no fuso de mais de 8 horas de diferença o mais rápido possível. Saí para comer algo para depois fazer uma visita rápida aos meus principais fornecedores e meu exportador.

Neste momento cometi meu primeiro erro nesta capital.

Parei para escutar um motorista de riksha que não saía do meu pé desde que eu tinha saído do taxi naquela manhã.

- Que dia você chegou à Índia? Quanto tempo você vai ficar? É sua primeira vez aqui? Do que você está precisando? O que você veio fazer aqui? Passagem barata? Algum presente para sua esposa? Sou o melhor guia da cidade e consigo o que quiser pelo melhor preço!

- Brasil? Oh..... Romário, Ronaldinho, Ronaldo!

Ele tentava de todo jeito me conquistar.

Perguntei por algum lugar por perto para almoçar. O motorista fez de tudo para me levar a uma loja que com certeza dava boa comissão para esses “pescadores de clientes”.  Consegui me ver livre dele quando entrei no primeiro restaurante no meio do bazar central.

Sentei na primeira mesa de frente para a rua. Em seguida, o garçom veio falando algo que eu não conseguia entender e apontando para dentro do salão. Abanava um pano na mão como se estivesse sinalizando para me apressar. Contrariado, obedeci. O salão envidraçado tinha ar condicionado e estava lotado de hippies sessentões aparentando terem parado no tempo. Assim que me acomodei, vi pelos vidros do restaurante um indiano em frente a um caminhão pipa, segurando um cano de boca larga, esguichando um nevoeiro de pó branco pela rua. Logo o cheiro forte de inseticida queimava meu nariz e garganta...
Bem-vindo à “downtown” Déli!!

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Hatay ... devo ir??


 
Com o intuito de procurar novos fornecedores, decidi arriscar uma viagem à Hatay, cidade turca no continente asiático (Anatólia).  Segundo alguns lojistas do Grand Bazar, lá eu poderia encontrar fabricantes de artesanato em marchetaria como caixas, jogos de xadrez, gamão, mesinhas, bandejas etc. Produtos dispostos nas bancadas das lojas do Bazar, porém a preços exorbitantes!

Os comerciantes não tinham problemas em me passar a fonte desses produtos, pois não achavam que eu ia me aventurar em uma região tão próxima de uma guerra civil.
 

Isso mesmo, guerra civil!!

Fui localizar Hatay no mapa e verifiquei que ficava a 19 km da fronteira com a Síria e a 75 km de Aleppo. Só para lembrar a Síria está passando por uma guerra civil onde mais de 100.000 pessoas já foram mortas e Aleppo, segunda maior cidade do país, é palco de uma batalha com helicópteros, tanques, morteiros e Kalashnikovs.

Deveria arriscar? Comuniquei os meus próximos no Brasil sobre os meus planos e é lógico que fui contrariado e advertido. Tive amigos que prometeram rezas e amuletos de sorte quando perceberam que as insistidas em abandonar minha ideia não estavam dando certo.

Uma hora e meia de voo a um custo de USD 100,00 foi a parte fácil. Difícil foi segurar minha ansiedade e curiosidade. Desembarcado e aguardando meu contato na área de desembarque, estava certo de que iria avistar o exército de prontidão, refugiados e ambulâncias da ONU. Que nada! Senti uma calmaria no ar que só era interrompida pelos ventos secos e quentes do deserto.

Nos 30 minutos de taxi pude notar o território plano, terra árida e ventos carregados de areia. Parecia uma cidade fantasma! Cheguei ao galpão do meu fornecedor e logo senti o alívio do ar condicionado.

Fiquei impressionado positivamente com o showroom. Um salão imenso com piso de mármore e prateleiras de madeira com diversos produtos expostos. Eram vários modelos de jogos de xadrez e gamão, caixas, mesinhas e outros objetos em madeira encrustados com trabalho de marchetaria.

Adorei!!!  

Suleyman, o dono do negócio, explicou que este tipo de marchetaria é típico do crescente fértil (região próxima dos rios Tígris e Eufrates) e muito comum na Síria. De fato, os comerciantes do Grand Bazar estavam vendendo esses objetos como sendo do país árabe vizinho.

O almoço foi um banquete! No próprio depósito foram servidos kafta de carne e frango, tabule, pasta de homus e babaganuche, coalhada seca, salada de pepino e tomate, pão sírio, folha de uva, enrolado de repolho e outras iguarias. Idênticos aos pratos dos vizinhos árabes.

Para fazer a digestão, Suleyman e seu irmão Yusuf me levaram para conhecer a fabricação semi-artesanal dos produtos de marchetaria, mostraram como embalam pedidos grandes para exportação e discutimos como seria a logística para que meu pedido chegasse a Istambul, para ser consolidado com o restante das minhas compras.

Difícil foi negociar com quem tem o comércio correndo pelas veias da família há gerações. Havia muita variedade e Suleyman fazia questão de incluir pelo menos 10 peças de cada item no meu pedido. Quando eu gostava de um determinado produto, aumentava o pedido mínimo para pelo menos 25 unidades. Logo percebi essa estratégia e deixei de mostrar interesse. Esperava que ele mostrasse o que tinha.

Do ponto de vista cultural, minha viagem à Hatay foi recompensadora. Pude ver como os turcos absorveram e aculturaram os usos e costumes árabes (os turcos não são árabes!).  Essa simbiose ficou clara para mim quando provei a comida, reparei nas mesquitas, vi a paisagem quase deserta, senti o clima árido e convivi com pessoas acolhedoras e afinadas nas técnicas de negociação!

Do ponto de vista dos negócios, embora não tenha achado tudo o que queria e que esperava encontrar, pude comprar produtos diferenciados e típicos da região. Com certeza vão chamar a atenção nas gôndolas da Katmandu!

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Grand Bazar

 

Nas minhas andanças pelo bairro de Sultanahmet caí em um bazar chamado Arrasta, próximo de um bar onde turcos e turistas fumavam narguilé e tomavam chá. Sentei em uma mesa privilegiada para assistir a uma cerimônia Dervish onde os dançarinos, vestidos de branco e com chapéus cônicos, rodopiavam com os braços para cima levados pelo êxtase da música. Fui entrando neste clima à medida que os músicos aumentavam o ritmo da percussão, os Dervishes aceleravam os giros e o Raki (a cachaça da Turquia) subia na minha cabeça.

(Lembro ter visto um panfleto referente os Dervishes e perguntado ao concierge do hotel que estava hospedado, onde poderia ver essa “dança”. A resposta foi mais mal educada que a minha pergunta. Fui saber que o Dervish é uma cerimônia, e não uma dança, considerada parte do patrimônio cultural turco, cuja prática consiste de um ritual místico cheio de simbolismos, existente há mais de 700 anos. Apaixonei-me pelo assunto. Dias depois, após vários Googles e Youtubes no assunto, fui assistir a um espetáculo no Hodjapasha Dance Theater. RECOMENDO!!!!! )

Depois de pagar a conta levantei da cadeira mais tonto que os Dervishes, mas com uma calma interior e uma leveza de espírito e deixando para trás um ambiente todo tomado por uma sensação de paz.
 

A caminhada até o Grand Bazar foi o suficiente para evaporar qualquer resquício desta viagem mística e com o impacto do colosso de pessoas entrando e saindo de uma das portas deste shopping me fez acordar e cair na realidade. Agora precisava o máximo de atenção nos produtos e preços.

O Grand Bazar é um dos maiores mercados cobertos do mundo. São mais de 5000 lojas entre 60 ruas e vielas. Um verdadeiro labirinto! Foi construído por um dos Sultões turcos em 1461, logo após a tomada de Constantinopla pelos Otomanos.
 

Meus 13 anos de comércio não são páreo para gerações de mercadores que testemunharam o nascimento do Cristianismo, as idas e vindas de Marco Polo, Cruzadas etc. Minha única vantagem: Era eu quem estava comprando, portanto a decisão final sempre seria minha.

Respirei fundo e entrei na primeira loja de tapetes Kilim. Fui abordado por um vendedor que logo me ofereceu um chá. O chá na Turquia demonstra hospitalidade e ajuda a quebrar o gelo entre as duas partes. Sem muito interesse comecei a perguntar os preços das capas de almofadas da Anatólia. Quanto mais eufórico mais caro fica o produto!
 

Em todas as lojas tive as mesmas experiências; Ritual do chá, pergunto os preços, falo que está caro, pechincho, mas acabo não levando nada. Precisava ter ideia de preços.

Encontrei um fornecedor em um restaurante, lá dentro do bazar, chamado Burç. Parece um boteco com poucas mesas na lateral de uma viela movimentada. Os garçons, acostumados com o dilúvio de turistas, driblavam as pessoas segurando as bandejas acima da altura da cabeça. Coisa de equilibrista! A comida? SENSACIONAL!! Recomendo o kebab de carneiro, berinjela recheada, pimentão recheado e para beber iogurte salgado (isso mesmo!!).

Esse encontro foi fundamental. Atravessando um labirinto de ruas e passagens, fora do Grand Bazar, ele me levou ao seu QG e lá me mostrou as diversas qualidades e tipos de Kilim. Ele me indicou outros fabricantes/fornecedores de cerâmica de Kutahya, luminárias de vidro, olho turco e marchetaria.

O Kilim, tapetes de lã vindos principalmente da Anatólia (território turco no continente asiático) têm formas geométricas e cores opacas. Meu fornecedor percorre os diversos estados da Anatólia, adquire os tapetes nas comunidades e leva para o sul, próximo de Antalya. Lá, em terrenos alugados, as tapeçarias são esticadas para “tomar sol” durante todo o verão para perder o brilho e “ganhar” aquela aparência de usado. Já em Istambul, alguns são cortados para fazer capas de almofadas.

Além da qualidade, os Kilins são categorizados por região:

1)      Kars (fronteira com a Armênia)

2)      Van (região leste)

3)      Sharkoy (Noroeste mais Bulgária)

4)      Kayseri (Região central incluindo Capadócia)

5)      Ushau (Região de Ismir)

6)      Cicim (região ocidental)

Entre outros.....                                    

Toda essa explicação foi regada com diversos copos de chá e doces turcos. Tirei duas conclusões deste dia:

1)      As lojas do Grand Bazar são revendedores e são principalmente para os turistas. Embora a pechincha seja incentivada, os preços finais dos produtos sempre vão estar nas alturas. Para mim isso não interessa. Preciso comprar volume a preços baixos para poder revender aqui na minha loja em São Paulo. Os fabricantes/distribuidores estão escondidos em prédios nos arredores, onde o aluguel é mais barato e o espaço maior.

2)      Os grandes distribuidores tem pouca margem para negociar. Normalmente eles já dão o preço final. Saiba que o vendedor que incentiva a negociação, fixa os preços nas alturas!

 

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Cerâmica Otomana


Istambul é um lugar excelente para buscar inspiração. Cidade transbordando cultura com museus, prédios históricos, arte milenar, culinária, religião, dança, música etc. respeitados e preservados.

Primeira parada é uma visita ao palácio Topkapi. Lar dos sultões otomanos que valorizavam a arte do império.

O que mais me chamou a atenção foi a cerâmica da cidade de Iznik, na Anatólia, com desenhos delicados de tulipas (símbolo de Deus). Também vi esse estilo de cerâmica nas paredes da Mesquita Azul.

Acredito que essa cerâmica foi inspirada na porcelana trazida da China durante séculos pelos mercadores, através da rota da seda, e aculturados pelos artistas turcos.

Desde a queda de Constantinopla em 1453 até a formação da República Turca em 1923, Iznik era a cidade onde produzia essa cerâmica e os sultões eram os maiores consumidores. Após a queda do Império Otomano o polo artístico passou a ser Kutahya.

Parte do DNA turco com importante conexão histórica eu vejo a cerâmica como sendo muito mais que um simples produto. É algo que gostaria de ter na loja para vender e poder passar esse conteúdo para quem aprecia cultura.

Vou procurar os fabricantes!

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Constantinópla

 
Após 13 horas de voo finalmente cheguei na histórica “capital do mundo”.
Peguei um táxi direto para meu hotel, no antigo distrito histórico de Sultanahmet. A muralha que antigamente protegia Constantinopla das invasões bárbaras, Cruzadas e muçulmanos é visível de dentro do taxi e delimita esse bairro milenar.
Achei um hotel “barato” pelos padrões de uma cidade cosmopolita, pagando €45,00/dia, incluindo um café da manhã com pão, ovo e chá. A vista do restaurante é de tirar o fôlego.... O mar de Mármara onde, há séculos, os mercadores navegavam com especiarias trazidas do oriente e a mesquita Azul com suas preces cantadas no megafone. Quarto pequeno, simples e limpo.
Não muito longe está a Hagia Sofia, cisterna de Yerebatan, Palácio de Topkapi e o famoso Grand Bazar com suas lojas repletas de olho turco, tapetes kilim, especiarias, cerâmicas de Kütahya, luminárias otomanas entre outros.
Excelente lugar para inspiração!
É aqui que vou ficar!!